Perigo: Não ultrapasse.

As vezes me pego pensando: - porque és tão teimosa?

Quando você vê uma placa de perigo cercada por uma cerca de arame farpado, não chegue perto, não tente ultrapassar, obedeça a placa. Por mais belo que seja o que tem depois, se a placa diz que tem perigo, é porque tem e com certeza você vai sair de lá machucado. Isso se você conseguir sair, porque entrar é fácil, é prazeroso, você entra, anda cada vez mais longe da cerca, sente o vento no seu rosto, se encanta com a beleza, com o perfume incrível do lugar, não entende de que aquela placa adverte, e do que aquela cerca protege, se sente no lugar mais lindo do mundo. Mas aí, quando você vê aparecem enormes cães que te rondam e te perseguem, você tenta fugir, se arrepende de ter ultrapassado aquela cerca, corre torcendo para que você consiga sair de lá, mas já é tarde demais e a essa hora só te restam duas opções, desistir e deixar que os cães te matem, lenta e dolorosamente, ou continuar correndo e quem sabe um dia você acha a saída. Enfrentá-los não é uma opção, já que aqueles cães são bem mais fortes que você. Então você decide correr, não quer perder a pouca esperança que resta de conseguir sair de lá. Então você corre, corre, corre até perder o fôlego e cair no chão. Os cães chegam perto de você devagar, farejando, decidindo como vão acabar com você, e só o que você consegue fazer é rezar, pra que eles te matem de maneira rápida, mas nunca é assim, eles preferem sempre acabar com você, invasor, da maneira mais lenta possível. Eles te atacam, e você fecha os olhos tentando minimizar a dor, se arrependendo do momento em que você atravessou aquela cerca. Mas calma, ainda não acabou, quem sabe alguém te ache, te salve daquilo e te ajude a curar as inúmeras feridas deixadas por eles. Elas vão deixar cicatrizes enormes e profundas, talvez continuem a doer por um tempo, mas um dia vão curar. Vão sim. Sempre curam.